69 palavras 21 De uma ponta do mundo

De uma ponta do mundo

No meio de um temporal trazendo todo o Atlântico, entre quatro paredes bamboleantes, uma dança encantatória de bosques desfolhados aparece no zumbido da tempestade de dezembro. Pressente-se o povo das landas, korrigans lendários, dançando para uma celebração pagã ignorada pelos profanos, em volta de totens plantados um dia sobre essa grande pedra achatada para contar a história da eternidade. Essa estranha afirmação a respeito de uma ilha onde a árvore é rara serve de sinal frente à extensão do seu auditório marítimo. Aqui, o mundo vivo afirma-se e ruge na entrada do longo corredor da Mancha : “Resiste, resiste, resiste...”