69 palavras 51 “As grandes árvores”

“As grandes árvores”

Se a exploração florestal de caráter industrial favoreceu sem dúvida o desenvolvimento de uma atividade rentável durante longos anos, as diversas reorganizações da indústria madeireira, durante o século 20, também trouxeram, com o tempo, consequências indesejáveis. Ao rentabilizar e racionalizar a maior parte das plantações, ao favorecer excessivamente a madeira de corte, essa política também destruiu a diversidade da floresta europeia. Hoje, a madeira calibrada e perfeitamente quantificada é exportada para a Ásia para ser trabalhada, antes de voltar na forma de pequenos móveis para os países da Europa onde foi cultivada. O que foi feito das riquezas dos freixos, das faias, das carpas e das aveleiras, dos olmos, dos amieiros e de tantos outros, expulsos pelas coníferas e outros chopais ? Em nome de uma rentabilidade industrial, a variedade das espécies, a riqueza de suas propriedades e de suas formas já não passam de reminiscências. E o jardineiro ousado que volta a plantar essas espécies talvez não veja o fruto dos seus esforços assumir sua fisionomia. Mais que a planta, a árvore escreve o tempo, mercadoria hoje esgotada.