Um duelo desigual
Encomendado por André Malraux, então ministro, este parque epônimo é uma etapa importante do desenvolvimento dos subúrbios parisienses. O conceito de fabricar um pulmão vegetal com vocação cultural em frente ao bairro de La Défense foi plenamente dominado, estendendo o projeto por mais de vinte e cinco hectares. Muito necessários, aliás, para suavizar esses horizontes de torres, entre as quais as de Émile Aillaud, ou as de um banco hoje praticamente escondido pela sombra do Grande Arco de Johann Otto von Spreckelsen. A vontade de flexibilidade das formas procurada por Jacques Sgard é uma resposta generosa à dureza de uma construção imponente, imóvel numa trama de perpendiculares e grandes eixos que cortam o oeste parisiense para beneficiar os automobilistas. Apesar da ideia de realizar um bairro citadino, com o parque como centro de atração, o objetivo não foi alcançado. Para conseguir, teria sido necessário pensar uma cidade de tamanho humano. Fora do parque, o único a ter direito é o carro, revelando habitualmente um espaço de passagem, mas que não soube deixar seu devido lugar ao corpo do morador.